domingo, 24 de maio de 2009

Turma da Mônica Jovem #9


Por: Jussara Nunes.

FICHA TÉCNICA
Turma da Mônica Jovem #9
Panini
128 páginas
Formato: 16 x 21 cm
Preço: R$ 6,90


E aqui estamos novamente com o título mais aguardado do site, a Turma da Mônica Jovem!

Nesta nona edição, a turminha agora volta para o Bairro do Limoeiro, vivendo aventuras "normais". Desta vez o grupo decide encenar uma peça de teatro, cuja montagem escolhida é... tchan, tchan, tchan, tchan: "Romeu e Julieta"! Oh, quanta originalidade! Porém, o que realmente vai pegar nesta história é o pequeno triângulo amoroso que será formado entre Mônica, Cebola e Toni, o bonitão, loirão, tesudão da capa.

Para começar, vamos até a última página da revista e ver quem toma conta do roteiro: além do onipresente Maurício de Sousa, temos também Petra Leão, assistente do senhor Marcelo Cassaro das antigas, na época em que ele estava à frente de projetos pessoais. Parece que ele decidiu puxar a menina para este nicho também, bacana! Mais histórias do estilo Brilho de um Pulsar?

Não, ao contrário da saga anterior, não se nota uma grande diferença em termos de estrutura de roteiro. Tudo parece ter voltado ao estilo das cinco primeiras edições. Mas vamos falar do enredo em si:

A história começa justamente com a Mônica ensaiando uma cena da peça (adivinha! Ela é a Julieta!) irritada com o atraso do seu Romeu (adivinha! É o Cebola!) para os ensaios. Entra em cena o bonitão que irá roubar o lugar do Cebola e vai fazer o careca perder os poucos fios de cabelos a mais que ganhou na adolescência. Se bem que, olhando de perto... De que tipo de adolescência estamos falando?

Os personagens não parecem estar tão "jovens" assim, pois se portam como crianças - e nem é em termos de maturidade, afinal a maioria dos adolescentes vive hoje uma segunda infância. Mas simplesmente em termos de que, de fato, este enredo se encaixaria perfeitamente numa historia comum da turminha (a de 7 anos). Piadas com expressões do tipo "beijomeliga" já são tiradas por demais antiquadas (além de serem usadas mais pela galerinha de 11 anos do que a de 16...), mostrando que os roteirista subestimam um pouco esta faixa etária.

Para começar: a falta de iniciativa dos personagens. Hoje em dia a idade média do primeiro namoro entre os adolescentes é de 14 anos. Cadê as beijocas? Cadê os amassos? Mônica e Cebola estão meio atrasados nestes quesitos. Tudo bem! Todo mundo tem a sua hora, alguns podem demorar mais para se enroscar e tudo, sem problemas... mas neste caso, onde está o drama? Onde estão as dúvidas existenciais dos personagens? Onde está a dor efetiva do ciúmes que nem ao menos pode ser declarado abertamente? Tudo aqui é clichê ao extremo! Ressaltando o fato de que, no fundo, esta série é dedicada mais às crianças do que aos adolescentes propriamente ditos.

A arte, infelizmente, está congelada. Não progride nada. Nem mesmo em termos de diagramação de páginas, está tudo muito padronizado. E outra coisa que particularmente me incomodou no roteiro é ver o conhecimento pífio de teatro dos roteiristas (senho Sousa e dona Leão). Uma pena, pois esta poderia ser uma edição que até poderia incentivar a pirralhada a montar suas próprias peças ou mesmo visitar mais teatros, mas necas. Pra variar, o clichê impera.

Mas nada supera a ruindade do final, que ressalta MAIS uma vez que a TMJ está mais próxima das crianças do que dos adolescentes.

Em suma, desestimulante.

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